quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nas entrelinhas de um debate

Um corte quente.

Arde no peito e doí de dentro pra fora

Sai da fumaça pro vento

E se esconde nas palavras que não são verdades

Nos atos treinados e nas tentativas de se inverter uma personalidade.

Um corte no meio dos olhares,

Você sabe que ele está ali, mas é imaginário.

No meio de um grupo que festeja um dia monótono

Os sorrisos, são todos falsos.

Um movimento cíclico calculado

Uma roda movida a segundas intenções

Amizades de segundas intenções

Que passam e repassam mentiras naturais

Uma pseudo ordem desajustada

Tenta manter no fim alguma dignidade de caráter.

E todos queimam.

E tudo queima – as pessoas, a alma, a consciência.

Mas o riso fica, alto e manipulado.

Como a vida devia ser - plástica.

Esqueçam a dor do mundo, ela é demais para os fracos.

Um corte. O sangue que pinga pela imaginação

O sangue que corre nas veias

O ar que enche o peito e carrega as respostas forjadas

Saídas muito fáceis para serem realidade

Real? O que há dele na indução da felicidade?

É um corte e não um tapa.

Tão fundo e tão aberto que espanta

Um medo. Tão verdadeiro e comum que é raro.

Não serve para aqueles que não entendem

Não serve para aqueles que não fazem parte

É um corte que só rasga.

seus ideais e os dias que foram

E assim como ela apaga.

A memória dos dias, a sua identidade

No fim não resta só basta

Só curte o que não é, e cria

Uma paranoia paralisada

E arde na preocupação infundada

E doi se perder no tempo

E fere no medo da perda

Esmaga por não esquecer

E eu me perco por ser ensaiada

Só perco – eu/ele, aquele, você.

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